Esse é o tema que norteia a Semana do Estudante, celebrada por todas as Pastorais da Juventude do país. Ele nos leva a refletir sobre um dos atos políticos que mudarão os traços da história do Brasil: A aprovação do Estatuto da Juventude. Sancionado nesta semana pela presidenta Dilma Rousseff, para nós, é uma declaração de direitos dos jovens do Brasil. Somos atualmente cerca de 51 milhões de brasileiros e brasileiras que por muito tempo reivindicamos nossos direitos e estamos vendo depois de muito esforço o texto aprovado. Ele define eixos e caminhos para o fortalecimento das organizações de políticas públicas para juventude.
Essa luta passou por nossas mãos, que com ousadia e coragem fomos para cima dos barões do transporte, do ensino, da cultura e de tantos outros monopólios que o covarde sistema econômico vigente detém. Estamos falando do fim de uma hegemonia que enfraquecia a promoção das políticas de juventude, em âmbito federal, estadual e municipal. Esse é o avanço para a juventude do Brasil, que está no campo e na cidade.
Estou falando também de um símbolo que carrega consigo um monte de significados, que assim como as flores que carregam muitos sentidos além de serem somente belas e com um bom aroma. O simbolismo do Estatuto da Juventude nos permite adentrar em um caminho cheio de espinhos que são símbolos que marcam caminhos com pedras que são símbolos que sufocam, e claro, caminhos com sombras que simbolizam tantas trevas que nós jovens vivemos. Esse caminho vai ganhando um pouquinho de luz, perfume, carinho e cuidado. Como essa rosa, que aqui chamo qualidade de vida e que fica no jardim da educação possibilitando uma transformação do ambiente que ocupa.
Só com muito profetismo será possível discutir sobre uma educação de qualidade dentro da perspectiva do Estatuto da Juventude e da proposta da Semana do Estudante. As Pastorais da Juventude no Brasil inteiro, movimentos sociais, diretórios estudantis, grêmios escolares, estão possibilitando as transformações locais nos nossos bairros e cidades por conta do seu protagonismo jovem e suas contribuições.
É preciso jogar luz no anseio de uma juventude que sonha em cursar uma universidade, que deseja ter uma qualificação profissional, e muitos ainda que querem aprender a ler e escrever... Possivelmente, esses são sonhos que vão virando realidades com os traços do Estatuto. Apresento como exemplo a Seção II do Estatuto: Art. 7o - O jovem tem direito à educação de qualidade, com a garantia de educação básica, obrigatória e gratuita, inclusive para os que a ela não tiveram acesso na idade adequada. § 5o - A Política Nacional de Educação no Campo contemplará a ampliação da oferta de educação para os jovens do campo, em todos os níveis e modalidades educacionais. Art. 8o - O jovem tem direito à educação superior, em instituições públicas ou privadas, com variados graus de abrangência do saber ou especialização do conhecimento, observadas as regras de acesso de cada instituição.
Com a aprovação do Estatuto da Juventude, a Semana do Estudante ganha uma imponente tarefa: trazer um debate rico sobre a necessidade de investimento em educação. Além de, claro, levar este debate para toda a sociedade civil. Encorpando a nossa luta junto à luta de tantos jovens. Como já citado, somos 51 milhões de brasileiros e brasileiras, somos o presente jovem da nossa sociedade. A educação é a base para o desenvolvimento do jovem, com ela é possível garantir uma sociedade capaz de se desenvolver com dignidade e qualidade de vida. Investindo na juventude, também investimos na construção de uma sociedade justa, igualitária e fraterna.
* Walmyr Júnior é graduado em História pela PUC-RJ e representou a sociedade civil em encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.
Fonte: Jornal do Brasil (JB)
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