O volume de água armazenado no Sistema Cantareira alcançou hoje (28) mais um recorde negativo, ficando, pela primeira vez, abaixo dos 14%. O nível da água do reservatório caiu, de ontem para hoje, mais 0,2 ponto percentual e chegou a 13,8%. Esse é o nível mais crítico desde que o sistema foi criado, na década de 1970. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é chuva, em São Paulo, até a próxima terça-feira (1º), mas o volume não será suficiente para melhorar a situação do Cantareira.
“Essa chuva ajuda a diminuição a evaporação, mas não deve resolver o problema”, avaliou Helena Balbino, meteorologista do Inmet. Ela explicou que a precipitação ocorrerá com a chegada de uma frente fria vinda do Uruguai em direção ao Oceano Atlântico. Ao encontrar um canal de umidade proveniente da Amazônia, ocorrem as chuvas. Helena esclarece que o outono, que começou na quinta-feira (20), e o inverno são estações tradicionalmente mais secas.
O diretor presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, avaliou, em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, na última terça-feira (25), que 2014 será um ano “bastante difícil” para a população paulista. “Essa crise deve continuar durante todo o ano”, ressaltou ele, que ainda defendeu a utilização do volume morto do Cantareira como medida de curto prazo para ajudar na solução da crise de desabastecimento.
Ele defendeu mudanças nas regras de renovação da outorga do Sistema Cantareira, maior complexo de abastecimento de água de São Paulo. A outorga deve ocorrer em agosto deste ano. “A nova outorga precisará ter regras. E aí, não importa de que partido é o governo. Aconteceu tal coisa, a população deve saber, porque existe um cuidado das empresas de saneamento de não passar risco ou intranquilidade [para a população]”, declarou.
Agencia Brasil
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