Alguns acontecimentos - Uma opinião -
1 -
Depoimento de Sergio Moro à Policia Federal em Curitiba:
A forma
como ele saiu do governo fazia crer em um depoimento bombástico, recheado de provas contra o presidente da república.
Foi uma decepção para quem tinha essa expectativa. O depoimento nada
acrescentou ao que Sergio Moro já havia adiantado quando de sua demissão. Nada
novo e muito fraco como peça acusatória. Desde sua
demissão, já se vai uma semana. Nenhuma
manifestação nas ruas em seu apoio. Nenhum apoio politico importante. Ele mesmo sumiu
do noticiário. A
investigação pedida pela PGR é que vai alimentar talvez, por algum tempo, a lembrança
do que ele fez ou não fez como Ministro da Justiça. Insuficiente
para colocá-lo atualmente como bandeira contra o governo, ou como alternativa
politica em 2022.
2 - Ajuda a
estados e municípios – O senado
aprovou nesta quarta-feira dia 06, em sessão remota, por 80 votos a zero, o projeto que
prevê ajuda financeira da União a estados e municípios, para tentar reduzir os impactos
causados pela crise do coronavirus. Como o
texto já foi aprovado pela Câmara, seguirá agora para sanção do presidente da república.
Segundo o
texto, a União vai transferir diretamente a estados e municípios R$ 60 bi, divididos
em 4 parcelas mensais, divididas da seguinte forma: R$ 30 bi para estados e DF e R$ 20
bi para municípios, como compensação pela queda de arrecadação. E, R$ 7 bi
para estados e DF e R$ 3 bi para municípios, para ações de saúde e assistência social. É uma ajuda
extremamente importante, pois em muitos estados e municípios, com a perda de
arrecadação como consequência do isolamento social, a situação financeira ficará
insustentável, a ponto de poder interferir proximamente, no pagamento dos salários
dos servidores e paralisar o funcionamento da máquina, gerando problemas principalmente
na segurança, na saúde e na educação.
3 -1 -
Porém, por mais importante que seja esta ajuda do governo federal a estados e municípios,
o cenário econômico e social que emergirá do pós-covid, será muito preocupante.
O
isolamento social como remédio tem também contra indicações. E destas, a
mais importante será certamente, um sério golpe na economia do país, paralisada
pelo isolamento da população. Reerguer
essa economia, depois deste processo, não será uma tarefa muito fácil. Com tanto
tempo de isolamento social, o PIB certamente será negativo em 2020. O desemprego,
herdado dos governos anteriores, vai se elevar. Muitas empresas fechadas.
Aumentará o número das familias sem qualquer assistência e dependentes da ajuda do
governo. A instabilidade social vai crescer como consequência desta situação. Dificilmente
a economia retomará o caminho do crescimento, no ritmo necessário para
superar
essa situação, dependendo exclusivamente da iniciativa privada. Com o
desemprego e o aumento do numero de famílias vivendo abaixo da linha de pobreza, a
demanda será muito abaixo do que a economia necessita. Sem demanda a indústria
dependerá das exportações, as quais, com a crise mundial, serão bastante reduzidas.
Internamente, a produção será pequena e crescerá aos poucos, por que depende do
comercio e este, sem demanda, não vende e nem compra. Será
importante então que o estado intervenha ajudando esse processo de retomada da
economia.
3 - 2-
Neste sentido achei muito importante a divulgação do Projeto Pró-Brasil, como um plano do
governo federal, para recuperação da economia no pós-covid. O Projeto
teria como objetivo criar medidas junto aos ministérios para recuperar a
economia,
que estaria fragilizada depois do coronavirus. As
estimativas seriam de R$ 250 bi em concessões e parcerias publico privadas e R$
30 bi em
investimento público, tendo como principais pontos a geração de empregos e a recuperação
da infraestrutura econômica do país. Se esta for
realmente a intenção do governo federal, acho de extrema importância, pois este é
justamente o caminho que está sendo planejado pela maior parte dos países afetados
pelo coronavirus, para quando a pandemia passar.
4 - O
presidente da Câmara Rodrigo Maia, em conversa esta semana com os ministros Augusto
Heleno, Braga Neto e Luís Eduardo Ramos, disse que não existe a menor condição de
tramitação de qualquer um dos pedidos de impeachment, em seu poder, contra o
presidente da república. Por que?
Porque não
basta a vontade do presidente da Câmara, como aconteceu nos processos contra
Collor e Dilma, quando Ibsen Pinheiro e Eduardo Cunha, respectivamente, colocaram em
tramitação os processos. Também não
é suficiente a argumentação jurídica, para que o processo tramite e seja colocado em
pauta. Essa argumentação jurídica, bem fundamentada ou não, deve existir em todos
eles. Mas falta
um elemento essencial e decisivo, que foi mais que suficiente contra Fernando Collor e
Dilma Rousseff: a população ocupando as ruas e pedindo o impeachment. Esta
condição está ausente agora e não existe no momento nenhuma liderança oposicionista
com capacidade social e politica suficiente para torná-la real. Ao
contrário. Levantamento nacional, realizado esta semana pelo instituto Paraná Pesquisa,
mostra que o presidente Jair Bolsonaro lidera a pesquisa de intenção de votos para 2022
em todos os cenários, contra Lula, Moro, Mandetta, Haddad, Ciro Gomes,
Doria,
Witzel e outros. Essa é a
razão por que não prosperam os processos de impeachment acumulados por Rodrigo
Maia.
5 - Muito
preocupante as sucessivas denuncias de superfaturamento nas compras, realizadas sem licitação, tendo em vista o combate ao
coronavirus, por algumas
Secretarias de Saúde de estados, principalmente do Amazonas e do Rio de Janeiro,
estados governados pelo mesmo partido politico.
Esta
semana, a Policia e o Ministério Publico do Rio de Janeiro começaram a realizar algumas
prisões relacionadas a esses superfaturamentos, que alcançam a casa dos vários
milhões contra os cofres públicos. Mas acho difícil
que superfaturamentos de tal vulto, como os denunciados, possam ser obra apenas
de um obscuro subsecretário e alguns poucos assessores de menor porte, usando
empresas fantasmas e empresários laranjas. Por isso
acharia importante que essas investigações fossem acompanhadas pelo Ministério
Publico Federal e pela Policia Federal, além da abertura de uma CPI na Alerj, aberta à
participação popular.
Como vimos,
acima, o governo federal vai destinar vultosos recursos para ajudar os estados e
suas Secretarias de Saúde, nesta luta contra o coronavirus. Seria importante então,
garantir que esses recursos não sejam usados de forma ilícita, como vem sendo denunciado.
Carlos
Montarroyos
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