Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) informaram que vão se reunir nesta quinta-feira (28) com mais de uma dúzia de líderes mundiais para debater um reforço do apoio financeiro às economias emergentes, atingidas duramente pelas consequência econômicas da pandemia.
O encontro virtual coincide com o aumento das infecções pelo novo coronavírus em países em desenvolvimento e alertas de que isso custará mais do que os US$ 2,5 trilhões previstos inicialmente como necessários para enfrentar a crise. A reunião foi convocada pelo Canadá, a Jamaica e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que muitos países em desenvolvimento, incluindo nações de renda média, carecem de fundos suficientes para combater a pandemia e investir na recuperação. "O trabalho continua. Mas não é urgente o suficiente", disse ela aos repórteres em um briefing pela internet.
Amina afirmou que a oferta do G20 e de credores do Clube de Paris, de suspender o pagamento de dívidas bilaterais oficiais dos países mais pobres até o fim de 2020, é um começo essencial, mas que outros esforços são necessários.
Das 77 nações elegíveis, só 22 solicitaram formalmente até agora uma suspensão no pagamento da dívida. Outras expressaram o temor de que isso prejudique sua capacidade de longo prazo de tomar dinheiro emprestado.
A reunião de quinta-feira incluirá participantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial, da União Africana, do Instituto Internacional de Finanças e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O objetivo é apresentar propostas concretas em oito semanas, afirmou a vice-secretária.
O esboço de um plano conceitual para a reunião pede que o FMI fortaleça a liquidez global, emitindo uma nova alocação de seu mecanismo Direitos Especiais de Saque, medida que tem encontrado oposição em Washington.
O documento também apoia a suspensão generalizada das dívidas de todos os países em desenvolvimento que requeiram a interrupção dos pagamentos - e não somente aqueles cobertos pela suspensão de dívidas do G20 - e pede soluções proativas de credores do setor privado, para evitar o custo ainda maior de uma "onda caótica de casos de inadimplência".
Fonte - Agencia Brasil
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