Com um índice de letalidade da
covid-19 em 9,63% e de mortalidade de 48,7 por 100 mil habitantes, acima da
média do Brasil, segundo dados de
ontem (18), o estado do Rio de Janeiro estaria em sétimo lugar no ranking mundial de mortalidade se fosse considerado como
um país.
É o que mostra o monitoramento do portal Covid-19:
Observatório Fluminense, que reúne pesquisadores e estudantes de
sete instituições, entre elas a Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal
Fluminense e Universidade Estadual Paulista (Unesp), das áreas de matemática,
engenharia e computação.
Na métrica de mortes por milhão, os dados
analisados pelo grupo, referentes até o dia 13 de junho, coloca o estado do Rio
de Janeiro bem acima da posição do Brasil no mundo. O país está na 12ª posição,
com 203,3 óbitos por milhão de habitantes.
“A mortalidade da covid-19 na cidade do Rio de
Janeiro está acima de 800 por milhão de habitantes, enquanto no Estado do Rio
de Janeiro temos 440 por milhão. A mortalidade da covid-19 na Cidade do Rio de
Janeiro só é inferior à observada em dois países (San Marino e Bélgica)”.
Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado hoje
(19), na semana epidemiológica encerrada no dia 13, o mundo apresentou uma taxa
de 54,6 óbitos/1 milhão. “Dentre os países com população acima de 1 milhão de
habitantes, a Bélgica apresentava o maior coeficiente (832,3/1 milhão), seguido
pelo Reino Unido (611,0/1 milhão), Espanha (580,4/1 milhão), Itália (566,0/1
milhão) e Suécia (480,6/1 milhão)”.
A França aparece em sexto, com taxa de óbitos por
covid-19 de 450,0/1 milhão. Segundo o epidemiologista Átila Iamarino, a Bélgica
aparece em primeiro no número de mortes por milhão porque inclui nas
estatísticas todos os óbitos suspeitos de novo coronavírus, não apenas os
confirmados. No Rio de Janeiro, por outro lado, a tendência é de subnotificação
dos casos. A Uerj aponta que apenas 7,2% dos casos de covid-19 são confirmados.
No relatório dessa semana do Observatório
Fluminense, os cientistas apontam que o número de casos confirmados e de óbitos
por semana epidemiológica continua crescendo em várias regiões do país,
enquanto governos estaduais e municipais reduzem as medidas restritivas e
voltam a permitir a circulação mais ampla da população.
“Praticamente todos os entes federativos do Brasil
ainda apresentam alto contágio (apesar de decrescente), exceções são vistas no
AM, CE, em PE, e RR que apresentam sinais de redução. Por outro lado, outros
estados como o RS, SC, PR, MG, GO, MS e MT apresentam curvas de progresso do
contágio suave em comparação aos outros estados da federação”.
Quanto à mortalidade, os pesquisadores apontam
estabilidade no número de registros por semana no país e queda em Alagoas,
Amazonas, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Panorama mundial
No momento em que o número de casos no mundo passa
de 8,5 milhões e o de óbitos por covid-19 se aproxima de meio milhão,
a análise que o grupo fez envolvendo 16 países indicou que não há tendência de
queda no contágio no Brasil, Chile, Suécia e Irã. Estados Unidos e Rússia
apresentam nível estável de contágio.
A mortalidade não apresentou tendência de queda no
Brasil, Chile, Peru, na Rússia e no Irã. Já na Suécia, há uma melhora com
diminuição no número de mortos por semana.
Na América Latina, o grupo de monitoramento aponta
para a tendência de contenção da epidemia no Uruguai, enquanto Brasil, Bolívia,
Chile, Colômbia, México, Panamá, Peru e República Dominicana não demonstram
estar perto do controle do contágio, apesar de terem estabilizado o número de
mortos por semana.
No indicador criado pelo grupo do Observatório
Fluminense chamado de Semáforo da covid-19, que indica de verde os países ou
estados que estão vencendo a pandemia, de amarelo os que estão “quase lá” e de
vermelho os que “precisam agir”, o Brasil aparece em vermelho tanto no
indicador de novos casos como no de mortes por semana. Todos os estados
brasileiros estão com sinal vermelho em ambos indicadores.
O boletim do Ministério da Saúde indica que o
Brasil ultrapassou os Estados Unidos em número de casos do novo coronavírus por
semana, já que a curva de contaminação aqui começou a estabilizar na semana
epidemiológica 23, encerrada no dia 13 de junho, quando foram registrados
177.668 casos. Número próximo ao registrado na semana anterior, quando foram
174.406 novos casos.
A curva norte-americana está em queda desde a
semana 15, encerrada em 11 de abril, quando apresentou o pico de 223.595 casos,
com novo pico na semana de 213.257 casos na semana 18. Na última semana, os
Estados Unidos tiveram 151.148 novos casos. Os Estados Unidos têm hoje
2.196.998 casos de covid-19 e 118.758 óbitos. No Brasil são 978.142 casos e
47.748 óbitos. Os dois países são os que têm mais números de casos e de óbitos
pela doença.
Fonte
- Agencia Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário