Algumas notícias e comentários desta semana
Entre as empresas de pequeno porte, com até 49 funcionários, o impacto foi de 74,9%, sendo que o maior impacto negativo foi nas empresas de serviços. Nesta mesma linha, o IBGE afirma que a maioria das 2,8 milhões de empresas em atividade no Brasil, na realidade 69% delas, teve dificuldades para realizar pagamentos de rotina na segunda quinzena de junho. E quase metade delas, teve que postergar o pagamento de impostos. Ainda segundo o IBGE o cenário se encaminha para o aumento da inadimplência, já que a demanda continua muito baixa e os custos das empresas, muito elevados. Como consequência desta situação, o número de trabalhadores desocupados, diante da pandemia, subiu para 12,8 milhões na segunda semana de julho, em comparação com 11,5 milhões na semana anterior. Sendo assim, o desemprego saltou de 12,3% para 13,4% no mesmo período de julho. Já a população fora da força de trabalho, ou seja, os desempregados e os que não estão conseguindo procurar trabalho por causa das restrições aos deslocamentos, alcançou 77,9 milhões de pessoas. Esse é o quadro produzido pelo isolamento social, utilizado como medida para combater o Corona vírus.
B - Mas esta situação não se restringe ao Brasil. Em todos os países do
mundo, o isolamento social como medida para combater o Corona vírus, cobrou o
seu preço na economia. Em todos eles, as restrições aos deslocamentos
provocaram a diminuição da atividade econômica. Em cada um deles, o PIB
encolheu e o desemprego cresceu como consequência. Estimam os analistas que o
comércio no mundo deve recuar entre 13% e 15% em 2020. Esta semana foi
divulgado que o PIB americano diminuiu 32,9%, mas esse é o número anualizado.
Na realidade o PIB dos Estados Unidos recuou 9,7% em relação ao trimestre
anterior. De qualquer forma é uma queda muito grande para a primeira economia
do mundo. Em outros países não está sendo diferente. Na Alemanha a queda do PIB
é de 10,1%. Na França, 13,8% acumulando 19% de queda este ano. Na Itália 12,4%.
Na Espanha a queda é de 18,5% acumulando 22% no ano. Já a zona do euro encolheu
13% o seu PIB.
A queda do PIB destes países elevou o número de desempregados. Nos Estados Unidos esse número chegou a 14,7%, o mais elevado em 70 anos. Na Espanha o desemprego é de 13,8%. Na Itália 10,7%. Na França 9,7% e na Alemanha 13,2%. E isto são dados dos países mais desenvolvidos. A situação dos menos desenvolvidos é muito pior. Em muitos países, como reflexo dos problemas sociais criados pela retração da economia em função do isolamento social, tem acontecido protestos. O mais recente destes protestos foi neste sábado, dia 01 de agosto, em Berlim na Alemanha, quando milhares de manifestantes se manifestaram contra as medidas de restrição como forma de combate ao Corona vírus. Segundo as autoridades, eram menos de 30 mil manifestantes, enquanto os organizadores estimavam em 100 mil os participantes do protesto. Seja qual for o número, para um país como a Alemanha, é muito significativo.
A produção de uma vacina contra o Corona vírus é talvez a providência mais
importante do ponto de vista médico, para superar essa crise do covid-19. Neste
sentido, o Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira, 31-07-2020, que
assinou documento alinhando os detalhes, da produção no Brasil, da vacina desenvolvida
pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, no
Reino Unido. A pasta divulgou que fará investimento de R$1,8 bi para a produção
da vacina. Logo de início o Ministério da Saúde vai repassar R$ 522,1 para a
estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fio Cruz, produtora de imunobiológicos.
Segundo o Ministério, o Brasil terá acesso a 100 milhões de doses da vacina em
dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e mais 70 milhões de doses, nos 2 primeiros
trimestres de 2021. A vacina já está na terceira fase de testes, o que
significa que está em um estado bastante avançado de desenvolvimento.
O Boletim Focus, do Banco Central melhorou a revisão de retração da economia este ano, de 6,5% para 5,6%. Na situação atual, um ponto percentual representa muita diferença. Como consequência, a confiança empresarial subiu. O IBOVESPA já acumula alta de 60% desde o seu pico em março deste ano. Isto é importante porque as bolsas costumam antecipar os movimentos futuros da conjuntura. Entre os analistas econômicos, a expectativa é que o IBGE deverá divulgar na próxima semana, resultados bem animadores da indústria em junho, com uma forte alta na comparação com maio. A estimativa do banco ABC Brasil, é de um crescimento de 9% de um mês para o outro. Entre março e abril, a retração havia chegado a 25%. Em maio houve crescimento de 8,7%. Essa alta de junho será a segunda consecutiva, o que é muito animador. Reproduzo abaixo algumas informações que comprovam esse início de recuperação:
4 - O GOVERNO E A CRISE
Penso que um dos elementos responsáveis por esse início de recuperação e
retomada da confiança foram as medidas de ajuda do governo federal, das quais
cito aqui apenas algumas:
a - O Senado aprovou nesta quarta-feira dia 29-07-2020 uma MP que autoriza a União a repassar até R$16 bi a Estados, DF e Municípios, para ajudar a repor as perdas de arrecadação, provocadas pela pandemia do novo Corona vírus. O texto foi editado pelo governo federal em abril deste ano, quando entrou em vigência. No entanto a medida precisava ser aprovada pelo Congresso até o dia 30 deste mês, para não perder sua validade. A proposta, que significa uma grande ajuda para estados e municípios, segue agora para a sansão presidencial.
b- Informação da Caixa Econômica diz que as contas de poupanças digitais, abertas para o pagamento de operações do auxílio emergencial, de R$ 600, já fizeram mais de 136 milhões de transações financeiras desde o início do programa. Segundo a Caixa, o valor dessas transações chega a R$17,5 bi. Essas movimentações foram realizadas principalmente em compras com Cartão de Débito Virtual. O segundo meio que mais registrou transações com o app do auxílio emergencial foi o pagamento de boletos, alcançando mais de R$ 35 milhões.
c - Segundo análise de pesquisadores do Centro de Micro Finanças e
Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas, os trabalhadores brasileiros
tiveram um aumento de 24% em sua renda com o auxílio emergencial do governo
federal, durante a pandemia do covid-19. No caso dos empregados informais,
aqueles sem carteira assinada, o aumento de renda proporcionado pelo auxílio
chega a 50%, passando de uma média de R$1.344 para R$ 2.016. Segundo a análise,
o auxílio emergencial foi fundamental para compensar a perda de renda dos
trabalhadores, ajudando a manter o seu nível de vida e suas condições mínimas
de sobrevivência, nesta situação de crise.
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